Grafitii de rua
Nina Pandolfo é grafiteira e artista plástica (ou nenhum dos dois, não costuma gostar de rótulos) e acaba de dar mais um passo em sua carreira. Na última segunda-feira (03.10), ela lançou um livro chamado “Nina”, que conta por meio de textos e fotos a sua história pessoal e a trajetória profissional.
O livro foi publicado pela jovem Editora Master Books, da apresentadora de TV Eliana. “Eu não costumo traçar planos, o livro aconteceu de um jeito muito natural. Conheci a Eliana em uma edição do SP-Arte e ela me contou que era fã do meu trabalho e perguntou se eu não pensava em publicar um livro. Topei na hora”, lembra Nina em entrevista ao FFW.
Segundo a artista, o projeto demorou para tomar forma porque ela “estava acompanhando várias exposições no exterior”. Foi no fim de 2010 que Nina parou para se dedicar totalmente ao projeto. “Queria que o livro tivesse a minha cara, então participei de todas etapas, inclusive fiz a diagramação com a ajuda de uma designer, acompanhei o tratamento das imagens e a impressão”, afirma. O resultado? Mais de duzentas páginas com imagens (e alguns textos) fazendo uma retrospectiva do trabalho de Nina.
O lançamento foi um sucesso, Nina não parou um segundo. “Ou foi muita gente, ou sou muito lenta para escrever [risos]”, brinca. As portas da Livraria Cultura da Avenida Paulista já haviam fechado, mas Nina continuava a assinar livros para quem foi por lá prestigiar o lançamento. “E olha que é um livro de arte, não é muito barato”, observa. A grafiteira ficou muito contente com o resultado final do projeto. “Um amigo meu gringo, que viveu muitos anos nos Estados Unidos e está em processo de mudança para o Brasil, chegou a me perguntar se a editora era brasileira mesmo, ele ficou impressionado com a qualidade. Orgulho de ser brasileira [risos]”.
Nina Pandolfo é casada com Otávio Pandolfo, um dos integrantes da dupla Os Gêmeos. Junto com a dupla e o grafiteiro Nunca, ela pintou a fachada do Castelo Kelburn, em Glasgow, na Escócia, em 2007. Este foi um dos trabalhos mais marcantes da carreira de Nina. “Eu nunca me imaginei pintando um castelo, uma arquitetura mais velha que o meu país. E depois, me surpreendi com o país querendo conseguir junto ao departamento histórico tombar uma obra que eu fiz”, conta toda orgulhosa.
O livro mostra o castelo entre outros desenhos de Nina. As meninas de olhos bem grandes, desenhadas em meio a explosões de cores, também aparecem bastante, como não poderia deixar de ser. E são esses olhões que inspiram a vontade de Nina para uma futura exposição. “Queria fazer algo no Japão. Muita gente acha que eu me inspiro nas obras japonesas para fazer meus desenhos, mas nunca tive essa influência direta. Acho que desenho assim porque acho que tenho olhos grandes [risos]. Mas acho que ia ter tudo a ver expor lá”, destaca Nina.
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